quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Com certeza Las Hay!

“Eu não creio em bruxas, mas que elas existem, elas existem.” Miguel de Cervantes. Créditos à: Frases Ilustradas

sábado, 27 de agosto de 2011

Fragmentos disso que chamamos de "minha vida"



Há alguns anos. Deus — ou isso que chamamos assim, tão descuidadamente, de Deus —, enviou-me certo presente ambíguo: uma possibilidade de amor. Ou disso que chamamos, também com descuido e alguma pressa, de amor. E você sabe a que me refiro.

Antes que pudesse me assustar e, depois do susto, hesitar entre ir ou não ir, querer ou não querer — eu já estava lá dentro. E estar dentro daquilo era bom. Não me entenda mal — não aconteceu qualquer intimidade dessas que você certamente imagina. Na verdade, não aconteceu quase nada. Dois ou três almoços, uns silêncios. Fragmentos disso que chamamos, com aquele mesmo descuido, de "minha vida". Outros fragmentos, daquela "outra vida". De repente cruzadas ali, por puro mistério, sobre as toalhas brancas e os copos de vinho ou água, entre casquinhas de pão e cinzeiros cheios que os garçons rapidamente esvaziavam para que nos sentíssemos limpos. E nos sentíamos.

Por trás do que acontecia, eu redescobria magias sem susto algum. E de repente me sentia protegido, você sabe como: a vida toda, esses pedacinhos desconexos, se armavam de outro jeito, fazendo sentido. Nada de mal me aconteceria, tinha certeza, enquanto estivesse dentro do campo magnético daquela outra pessoa. Os olhos da outra pessoa me olhavam e me reconheciam como outra pessoa, e suavemente faziam perguntas, investigavam terrenos: ah você não come açúcar, ah você não bebe uísque, ah você é do signo de Libra. Traçando esboços, os dois. Tateando traços difusos, vagas promessas.

Nunca mais sair do centro daquele espaço para as duras ruas anônimas. Nunca mais sair daquele colo quente que é ter uma face para outra pessoa que também tem uma face para você, no meio da tralha desimportante e sem rosto de cada dia atravancando o coração. Mas no quarto, quinto dia, um trecho obsessivo do conto de Clarice Lispector "Tentação" na cabeça estonteada de encanto: "Mas ambos estavam comprometidos.

Era isso — aquela outra vida, inesperadamente misturada à minha, olhando a minha opaca vida com os mesmos olhos atentos com que eu a olhava: uma pequena epifania. Em seguida vieram o tempo, a distância, a poeira soprando. Mas eu trouxe de lá a memória de qualquer coisa macia que tem me alimentado nestes dias seguintes de ausência e fome. Sobretudo à noite, aos domingos. Recuperei um jeito de fumar olhando para trás das janelas, vendo o que ninguém veria.

Atrás das janelas, retomo esse momento de mel e sangue que Deus colocou tão rápido, e com tanta delicadeza, frente aos meus olhos há tanto tempo incapazes de ver: uma possibilidade de amor. Curvo a cabeça, agradecido. E se estendo a mão, no meio da poeira de dentro de mim, posso tocar também em outra coisa. Essa pequena epifania.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Extinciones






Gosto muito do escritor uruguaio Mario Benedetti, (...)
Mas foi um poema recente de Benedetti que me trouxe até aqui. No livro"La Vida esse Paréntesis" lançado no Uruguai em 1997 e, até onde sei, ainda não traduzido para o português, está um poema chamado"Extinciones" em que o escritor alerta para algumas coisas que estão em perigo de extinção além de baleias e micos leões dourados. " Também enfrentam este perigo, as promessas, os hinos, a palavra de honra, os juramentos, a ética, a autocrítica."
Não resisti em fazer minha própria lista. Além da Mata Atlântica e da Floresta Amazônica, correm sério risco de extinção os jardins em frente às casas, e as próprias casas, e com elas
os animais de estimação. Em processo de extinção entraram o "por favor", o "obrigado", o "com licença" e o já desaparecido "desculpe". Em risco estão o "gosto muito de você", o "discordo de você mas aceito seu ponto de vista" e o "pode contar comigo". Segue preservado o "eu te amo", mas muitos deles respiram artificialmente.
Benedetti diz que os sem-teto estão prestes a ser extintos. Não só eles. Os sem-maldade, os sem segundas intenções e os sem-arrogância também. Em compensação, reproduzem-se em velocidade alarmante os sem-educação, os sem-humor e os sem-responsabilidade.
Pudor agora só em flash-back. A verdade também está sumida do mapa. A solidariedade ainda sobrevive, mas não anda solta nas ruas. Discrição, esqueça: nem em cativeiro.
Correm risco de extinção o ar puro, a praia limpa, o cinema feito de ideias e emoções, o beijo por razão nenhuma, os amigos de infância, o prazer de estar na estrada, os restaurantes que servem comida caseira feita na hora e o picolé de abacaxi, que não encontro em lugar algum.
Ficaram na saudade as cartas escritas à mão, os cursos de datilografia, as mulheres difíceis, o papo inteligente e os livros que você emprestou. E não ligue a televisão para ver programa de auditório no domingo, se quiser que seu estômago e cérebro não entrem na lista.
El rechazo al soborno/la cándida vergüenza de haber sido/e el tímido dolor de ya no ser. Se a poesia, ao menos, escapar do abate, nem tudo esta perdido.


Crônica de Martha Medeiros intitulada: Em perigo de extinção de Janeiro de 1999

domingo, 21 de agosto de 2011

Oi seu Tim ta Vivo, Claro!



A piadinha infame do título é só pra demonstrar que mesmo o texto estando ligado a problemas da operadora Claro todas são farinha do mesmo saco não tendo nenhum respeito com os seus clientes, vendendo inúmeras vantagens que na verdade não existem e até mesmo trocando o sentido das palavras através das propagandas eu, assim como a grande maioria das pessoas, já tive problemas com a internet da claro simplesmente porque 1. A claro não sabe o que a palavra ILIMITADA significa; 2. A claro pensa que a paciência de seus clientes é ILIMITADA, apesar de sua internet não ser.


ILIMITADO
adjetivo

que não tem limite(s); infinito
Ex.: a série dos números inteiros é ilimitada
2 que parece não ter limite
Ex.: uma paciência ilimitada
3 que não pode ou é difícil de ser calculado, avaliado
Ex.: reservas ilimitadas

4 cujo término não é fixado
Ex.: declarou-se a greve por prazo ilimitado


O texto é do blog Não conte pra mamãe:



Depois de muitos anos como cliente descontente da TIM, estava esperando à portabilidade numérica chegar a São Paulo para poder, finalmente, me tornar um cliente descontente Claro.
Na semana passada descobri que, como meu plano é corporativo, não poderia mudar de operadora como imaginava. Então, na última sexta-feira, pouco antes de viajar para o Carnaval, entrei numa loja da Claro e – imitando meu amigo Cavallini – comprei um celular (11) XXXX- NETO. Aproveitei e comprei um modem 3G.
Até agora, quase uma semana depois, fora uma multa gerada indevidamente e – ao que parece – cancelada, não tenho do que reclamar. A internet via modem funciona bem. O celular tem sinal cheio. Tanto que usei constantemente, até que fui acometido de uma febre muito comum aos usuários de telefonia celular: o terror da conta.
Antes da situação se tornar crítica, liguei para o atendimento ao consumidor. O que descobri durante a ligação (e liguei duas vezes para ter certeza) é assustador e mostra como em matéria de produtos de tecnologia e/ou comunicação, os direitos do consumidor são ignorados por aqui. Não é a toa que a Telefônica é campeã em reclamações no PROCON. Estamos sendo ludibriados pelas empresas que criam limitações absurdas em letras pequenas de contrato, colocam atendentes de telemarketing ineptos e vendedores mal treinados nas lojas.
Para ilustrar, vou tentar reproduzir aqui o diálogo que tive com a atendente da Claro, Luciana:
Neto: “… o plano de 1Mbps do meu modem é ilimitado?”
Luciana: “Sim senhor. Ilimitado.”
Neto: “E o que é o limite de 1GB?”
Luciana: “É que se o senhor baixar mais de 1GB, a velocidade cai.”
Neto: “Entendi. Mas então o plano 1Mbps ilimitado é limitado a 1GB”
Luciana: “1Mbps é a velocidade, senhor [irritada]. 1GB é o limite de dados que o senhor pode baixar.”
Neto: “Ah tá. Se eu exceder 1GB o que acontece?”
Luciana: “A velocidade cai, mas é quase imperceptível.”
Neto: “Então são dois limites. De velocidade e de dados?”
Luciana: “Mas o senhor pode continuar navegando…a navegação é ilimitada…e a diferença da velocidade é quase imperceptível.”
Neto: “Para quanto cai a velocidade, Luciana?”
Luciana: [depois de consultar alguém fora da linha] “Cai para 128kbps, senhor.”
Neto: “Mas isso é 10% do que eu contratei.”
Luciana: “É…mas o senhor nem vai notar.”
Neto: “Se eu não vou notar é porque já não era 1Mbps antes, não é mesmo?”
Luciana: “Não entendi senhor…”
Neto: “Deixa pra lá…vamos falar do celular…esse plano de internet ilimitada, também tem limite?”
Luciana: [depois de alguns minutos para localizar minha conta] “Sim senhor. 20GB.”
Neto: “Ok. Então o plano de internet ilimitada no celular tem limite de 20GB. E o que acontece se eu atingir o limite de 20GB? A velocidade também cai?”
Luciana: “Não senhor.”
Neto: “Ah… que bom.”
Luciana: “Neste caso o senhor paga o que exceder.”
Neto: “Entendi. E tem como eu saber quanto utilizei?”
Lucina: “No momento não, senhor.”
Neto: “No momento você quer dizer ‘hoje’?”
Luciana: “Não, não…não temos como informar quanto o senhor usou.”
Neto: “Então não posso monitorar meu próprio uso e vocês me cobram se eu exceder o limite do plano ilimitado. É isso?”
Luciana: “Sim senhor.”
Neto: “Luciana, você acha que a Claro sabe o que ‘ilimitado’ quer dizer?”
Luciana: “Como, senhor?”
Neto: “Nada não Luciana. Obrigado.”
Luciana: “Posso ajudá-lo em mais alguma coisa?”
Neto: “Não Luciana. Obrigado.”
Não sei você, mas eu também gostaria muito de poder cobrar alguém pelo que exceder um limite impalpável, de um produto pouco tangível, cujo consumo não pode ser facilmente monitorado.

terça-feira, 16 de agosto de 2011





"Exagerada toda a vida: minhas paixões são ardentes; minhas dores de cotovelo, de querer morrer; louca do tipo desvairada; briguenta de tô de mal pra sempre; durmo treze horas seguidas; meus amigos são semi-irmãos; meus amores são sempre eternos e meus dramas, mexicanos."

domingo, 14 de agosto de 2011

História-Memória





Hoje abri minha caixa de memórias.
E você estava lá.
Demorei pra te achar, é muita besteira, muita vida, muita história pra pouca vida.
Mas você apareceu. No anel que me jurou, na foto que você representava.
Sua presença inundou o quarto.
Não só a sua. A minha também. A de quem eu costumava ser, em toda aquela vida e circunstância adolescente.
É um absurdo pensar em como tudo começou.
E como tudo acabou. E seguiu seu curso.
Isso não quer dizer que "não era pra ser". Porque era pra ser sim. Nós dois tínhamos que fazer tudo aquilo. Aquilo era pra ser, mas pra ser algo diferente do que imaginávamos. Do que adivinharíamos.
Escrevo e desabafo agora tudo isso no papel. Mas não pude achar uma folha de rascunho.
Achei uma vazia, inteira em branco. Pronta para receber algo novo, começar uma nova história.
Algo me diz, e às vezes grita, que vai ser extraordinária.
Eu sei que vai ser. É parte da minha história.



Me identifique e copiei de ...Ou cale-se par sempre.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Sábado \õ



“Sábado é sempre sábado, igual em Paris, Porto Alegre ou Cingapura. Sempre no ar aquela expectativa — pizza, cinema ou beijo, não importa.”

Além da Máscara




Agora que a terra é redonda
E o centro do universo é outro lugar
É hora de rever os planos
O mundo não é plano, não pára de girar
Agora que o tempo é relativo
Não há tempo perdido, não há tempo a perder
Num piscar de olhos tudo se transforma
Tá vendo? Já passou, mas ao mesmo tempo
Fica o sentimento de um mundo sempre igual
Igual ao que já era de onde menos se espera
Dali mesmo é que não vem
Agora que tudo está exposto
A máscara e o rosto trocam de lugar
Tô fora se esse é o caminho
Se a vida é um filme, eu não conheço diretor
Tô fora, sigo o meu caminho
Às vezes tô sozinho, quase sempre tô em paz
Num piscar de olhos tudo se transforma
Tá vendo? Já passou,
mas ao mesmo tempo
Esse mundo em movimento parece não mudar
É igual ao que já era de onde menos se espera
Dali mesmo é que não vem
Visão de raio-x, o x dessa questão
É ver além da máscara além do que é sabido
Além do que é sentido, ver além da máscara

Sim estou num momento onde todas as músicas do Pouca Vogal fazem sentido e vamo combina né elas são boas de maais! Para ouvir Além da Máscara e para baixar o CD

sábado, 6 de agosto de 2011